sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Novas mídias! Novos comportamentos!

É preciso saber lidar com o código para se comunicar


Em todas as épocas surgem novos cenários de comunicação. Atualmente o processo comunicativo já saiu da esfera emissor - receptor. Alguém envia uma mensagem para uma única pessoa, que é vista por várias outras, ou um grupo manda uma informação para apenas um receptor, ou para outro grupo, e este a compartilha das mais diversas formas… São várias as possibilidades, envolvendo agora um número vasto de pessoas que envia e que recebe. O usuário ocupa agora o espaço do antigo receptor. Aquele difere deste sendo mais participativo, na verdade, mais ativo, interagindo, emitindo opinião, sugerindo, comentando, enfim tendo mais “influência” na comunicação.

A mídia no bolso através do celular, potencializa ainda mais a troca de informações. A cada dia um modelo novo surge no mercado e tanto a Geração X como a Y e a Z precisam codificar e decodificar os símbolos, a fim de acompanhar as mudanças. Para quem nasceu nesta era, tudo bem!
As questões que se impõe a tudo isso são: Até que ponto nos comunicamos ? De fato ter acesso ou interagir, linkar, postar e comentar me fazem realmente participar do processo de produção dos sites, blogs e tantas outras mídias das grandes empresas de comunicação?

A internet promoveu a cultura do acesso mas ao mesmo tempo muitos estão fora do mundo digital. Nisso, surge outra preocupação: É preciso saber lidar com o código para se comunicar. O que quer dizer que, quem não se familiariza com estes meios tende a, futuramente, estar num ambiente desconhecido ou ser um alienígena. E mesmo que comece hoje precisará desenvolver habilidades necessárias para usar as novas mídias.

Bom! Deixando de lado, no momento, as discussões sobre políticas de inclusão, verificamos que, de fato, existe algo novo surgindo e que tem mudado a forma de a sociedade se comportar. E, ao contrário do que se pensa, ainda não vislumbramos o que pode vir a ser. Para quem tem algo a dizer, é imperativo entrar nesses novos ambientes onde as pessoas se encontram. Tem muita gente dizendo muita coisa nas redes sociais e tem pessoas sabendo mais do que deveriam a respeito das outras.

Há algum tempo, li uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, mostrando que o Facebook, por exemplo, que é hoje uma rede social onde se “encontram” milhões de pessoas, sofreu uma série de reclamações dos seus usuários que alegam que os ‘outsider’ têm fácil acesso as suas informações pessoais. Percebe-se nisto que se começa a surgir também uma preocupação com a imagem, ou com a “reputação virtual”. Jovens que já sabem que a imagem na internet acaba dizendo muito a seu respeito, estão se preocupando agora com o que postar, que foto colocar…

No Twitter a preocupação com a postagem vigora. Pessoas públicas já sentiram na pele o que é este novo tempo da interatividade, onde o usuário, diferentemente do humilde receptor, entra e diz o que pensa a seu respeito.


A cautela é uma boa dica para quem está na rede!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Cinco elementos importantes para uma web rádio significativa

A web rádio poderá também mobilizar e produzir engajamentos e ações que vão além do mundo virtual


Quando se fala em convergência de mídia, não se trata apenas  do caráter tecnológico mas diz respeito também  à maneira como a cultura midiática se comporta perante nos novos meios de comunicação, "recriando as mensagens da mídia... e compartilhando ideias espalhadas em vários meios de comunicação, em várias plataformas" ( Luís Mauro Sá MARTINO, 2015, p. 34). Se nesse contexto o rádio precisa estar na internet, deve considerar o que  pode ser feito neste espaço, diante dos novos comportamentos dos receptores. 

No post anterior, falei que uma web rádio precisa oferecer mais que uma transmissão via internet, justamente porque existe uma nova cultura no ciberespaço que entende ou entenderá o rádio de maneira diferente da convencional e talvez buscará nele algo mais. 

Sendo assim, levantamos 5 pontos que  o rádio na web pode levar em conta a fim de fazer sentido para a nova cultura:

  1. Produção de conteúdo. Na internet, as pessoas não só recebem informações mas ressignificam, editam e produzem conteúdo; logo, o ouvinte também será um produtor, seja em áudio ou de qualquer outra forma.
  2. Troca de Informações. No espaço da web a troca de informações é uma característica importante, por isso, numa web  rádio, o ouvinte/internauta, além de produzir, poderá passar a ser um emissor de conteúdo.
  3. Interação coletiva.  O rádio na web pode ser, portanto, um lugar de interação de diferentes formas e fontes. Uma produção coletiva de conteúdo  pode ser projetada a partir de temas  que são relevantes para a emissora de acordo com o seu segmento (no caso em questão neste blog, do segmento religioso).
  4. Criação de vínculos. Apesar de os vínculos de relacionamento  nas redes sociais serem fluidos, uma web rádio religiosa, pode gerar laços mais fortes  entre a audiência em si, entre a audiência com a emissora e com a religião, desde que os interesses comuns sejam bem trabalhados, assim como os temas e os valores que são pontos de ligação das pessoas nas mídias sociais.
  5. Geração de ações. Gerando vínculos, a web rádio poderá também mobilizar: criar discussões, que produzam engajamentos e ações que vão além do mundo virtual e tragam novos frutos e mudanças individuais e sociais.  
É importante frisar que, em tudo isso,  o conteúdo continua sendo o elemento mais importante  para o rádio e a web rádio. Se você tem um bom conteúdo será procurado sempre pelos seus ouvintes. Eles saberão onde encontrar o que precisam e com credibilidade, então, aposte em boas fontes e produza algo próprio, com sua marca e identidade.

Se quiser saber mais sobre o assunto, peça uma palestra gratuita em sua emissora entrando em contato.

Elane Gomes
fb/ElaneGomesAssessoria

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Novo conceito de web rádio para a evangelização

Uma web rádio precisa oferecer mais do que uma transmissão de rádio convencional na internet

O rádio é um dos meios de comunicação eletrônicos que mais se adapta às novas mídias. Pela sua maior interatividade e pelo contato individual com o receptor, ele tende a se adequar às várias modalidades de redes sociais. Entretanto, ainda sendo um dos meios de maior penetração no país, o rádio tem diminuído muito a sua audiência.

Segundo o Grupo Mídia Dados, em 2014, o número de domícílios com rádio no Brasil correspondia a 72, 4%, em 2015, diminuiu para 69, 8% . Em contrapartida o número de domicílios com internet em casa saiu de 44% em 2011, e chegou a 54% em 2014. Também em 2011, 76% dos brasileiros ouviam rádio uma vez na semana; em 2014 era apenas 69%. 

Uma pesquisa denominada Ideias e Aspirações do Jovem Brasileiro sobre Conceitos de Família, realizada pela PUC do Rio Grande do Sul, mostra que 72,4% dos brasileiros, entre 18 e 34 anos, têm como principal atividade o uso das redes sociais. A pesquisa mostra também que, para 92,9% deles, ter internet em casa é mais importante que ter uma lavadora de roupas ou um carro. São pessoas que nasceram no ambiente de internet e vivem conectadas. Entre as suas cinco principais atividades, o rádio nem sequer é mencionado. Os números fazem concluir que, com a era digital, já é fato que a internet será o futuro do rádio. No Brasil, boa parte das emissoras convencionais já têm sua programação na web.

No entanto, é importante frisar que rádio convencional na internet é diferente de uma web rádio. A primeira trata-se apenas de transmissão on-line da mesma programação enviada aos aparelhos através de um transmissor e de antenas, o simulcasting. Esta modalidade continua necessitando de concessão, autorização ou permissão conforme as normas legais. A segunda, a web rádio,  não precisa de autorização, é uma transmissão somente para a internet feita livremente, tendo cuidado apenas com relação aos direitos autorais das músicas veiculadas. É a modalidade webcasting. De uma forma ou de outra, todos estão entendendo que a convergência para internet é questão fundamental.

A web rádio atrativa vai além do convencional

É imprescindível utilizar os recursos da internet para realizar e ampliar o trabalho de evangelização e é possível fazer isso utilizando também  a linguagem do rádio.

Mesmo com as mudanças atuais na cultura e no uso dos meios de comunicação, o trabalho de levar a Palavra de Deus através do som continua eficaz, e pode ser ainda mais potencializado a fim de atingir, sobretudo, os que estão na plataforma das redes sociais, ou seja, grande parte das pessoas. Para tanto, precisamos utilizar um novo conceito de rádio, que vai além de um canal de web radio, simulcasting ou webcasting.

É preciso realmente "estar na web", falando pessoalmente com o usuário e deixando ele fazer junto a emissora; afinal de contas, quem acessa também é provedor de conteúdo, crítico e não aceita mais as informações como os antigos receptores da era dos meios de comunicação analógicos. Essa nova geração deseja consumir rádio de uma outra maneira. Assim, uma web rádio precisa oferecer mais do que uma transmissão  na internet.

Como se trata de um formato de rádio adaptado à linguagem de internet, a produção, programação e linguagem tendem a ser diferentes da rádio convencional, adotando o estilo próprio da web e das redes sociais. Se estiver em simulcasting, os locutores terão dois públicos, que se tornam bem diferentes, principalmente no caso das rádios AM.

Embora o conteúdo não mude, porque  o Evangelho é o mesmo sempre, ele precisa ser entregue para esta nova cultura numa linguagem que ela entenda e que lhe faça sentido. Para isso, é urgente fazer uma web rádio nova, atrativa e interativa, que ultrapasse a réplica da rádio convencional no espaço da internet.

Se quiser saber mais sobre o assunto, peça uma palestra gratuita em sua emissora entrando em contato.

Elane Gomes
fb/ElaneGomesAssessoria

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Sete passos para montar uma programação musical

O estudo do público é fundamental na hora de definir que música tocar em sua rádio



Será que na era dos tablets, smartphones, e de tantos aparatos em que as pessoas criam a sua própria playlist e curtem o som que estão  afim, na hora que querem e do jeito que querem, uma emissora de rádio ainda precisa se preocupar com programação?
Bom, hoje as pessoas continuam curtindo rádio e procuram a emissora  por causa do conteúdo, da informação, do ensino, da catequese... Também fazemos rádio para tocar as pessoas com a música, ela é um forte meio de evangelizar. Tem muita gente que interage na emissora para escolher a música preferida, para fazer um pedido musical e, mesmo tendo aquela música no seu celular, as pessoas querem ouvir o seu pedido sendo tocado na rádio e mencionado pelo locutor. Além disso querem compartilhar o seu pedido com outros ouvintes. Logo, a rádio precisa continuar se preocupando sim com a programação musical.

Vamos a algumas dicas!

1. Conheça o seu ouvinte
A primeira coisa é conhecer o perfil do ouvinte de sua emissora, de cada programa e horário. Que tipo de música reflete a identidade da sua rádio? Por exemplo, uma rádio jovem,  geralmente não irá agradar muito seu público se tocar músicas  da velha guarda. Mesmo católicas! A não ser que isso tenha um propósito especial, num determinado momento, e que este seja bem definido pela emissora e entendido  pelo ouvinte.  A rádio tem que saber o que o jovem está curtindo e montar uma programação baseada nesta pesquisa.
Se a sua emissora é uma rádio adulta, você precisa saber o que a maioria do seu público geralmente ouve. Preste muita atenção aos pedidos musicais. Eles dizem muito sobre sua audiência.

2. Trabalhar hits e lançamentos
Nos programas propriamente musicais, é importante colocar hits, lançamentos e o que está em alta. Entretanto, por no ar uma música que ninguém canta junto, durante a maior parte da programação musical, pode levar o seu ouvinte e migrar para outra  emissora. Começar o programa com um hit, faz muito bem e já coloca seu ouvinte interessado no horário.
Os lançamentos podem ser trabalhados estrategicamente com ações promocionais e comentários do locutor sobre a música, isso ajuda a despertar o interesse do ouvinte. Fazer um quadro ou programa sobre o tema da música ou ainda uma entrevista com o próprio músico, são algumas das tantas coisas que vão ajudar o lançamento a se tornar conhecido. Vale a pena colocá-los também em horários chaves da programação.

3. A música precisa reforçar a mensagem
Nos programas temáticos, é necessário que a música acompanhe a mensagem que está sendo trabalhada, isso vale também para os tempos litúrgicos da Igreja. Se você faz um programa oracional, as músicas precisam estar relacionadas com a oração ou tema que está sendo falado e, neste caso, não precisa se preocupar com a idade da música, o que é importante é que ela seja ideal para o momento e o público e que faça um par perfeito com a locução, levando-o à oração.
Se o seu programa fala de doutrina, escolha músicas que agregam e construam o tema que você está desenvolvendo, mesmo que ela não seja a sensação do momento, mas se for, melhor ainda!

4. Cuidado com repetições
Repetir um mesmo cantor em menos de uma hora da programação não é muito interessante. O mesmo vale para as músicas. Tocar a mesma músicas várias vezes no dia é muito cansativo, a não ser que seja pedido musical.

5. Parcerias com músicos e gravadoras
Outra preocupação são as parcerias. Se você tem parceria com algum músico e alguma gravadora, isso precisa ser levado em conta, mas sem esquecer do ouvinte que é a primeira pessoa a quem se destina a sua rádio. Mesmo neste caso! Toque as músicas dos parceiros estrategicamente e dentro do perfil de cada programa.

6. Fazer alternâncias
É importante fazer mesclas na montagem da programação  alternando, voz feminina, grupo e  voz masculina.

7. Definir o gênero
O estudo de público ajuda também a definir o  gênero musical  da sua rádio. Se a maioria dos seus ouvintes curtem músicas sertanejas, você não vai agradar muito colocando só rock. mesmo católicos!

Lembre-se de que a música não é para agradar o locutor e sim tocar o ouvinte, atendendo ao objetivo principal de uma rádio católica que é evangelizar.


Se você tiver mais dúvidas sobre o assunto deixe aqui o seu comentário! 

domingo, 4 de outubro de 2015

Como anda o rádio de hoje?

Muitas estratégias já têm sido adotadas para garantir a permanência do rádio



Em meio às várias discussões atuais sobre o
futuro do rádio, muita coisa já está sendo feita por quem trabalha no meio, aproveitando as diversas possibilidades que ele tem de se ajustar, acomodar e se reinventar. Dentre elas, muitas têm dado certo e se apresentado como soluções e saídas, das quais comentamos algumas!
Atualmente o rádio investe na internet e nas webradios, que não precisam de concessão.Ao entrar na internet, as emissoras começaram a aprofundar ainda mais na área de marketing e em pesquisa, a fim de conhecer o seu público na web e trabalhar melhor a publicidade e a programação. 

Na era do on demand as grandes rádios do país têm percebido que não basta fazer uma programação e colocá-la em simulcast num site ou blog. É preciso dar ao público de internet a capacidade de interação e de escolha sobre o que ouvir e em que horário. Isso tem levado muitas empresas a experimentarem diversas possibilidades comerciais em programação segmentada e customizadas e a  investirem nos podcasts e em horários alternativos só para o público da web.
Estratégias de multiplataformas são pensadas, por algumas empresas, como formas de sobrevivência do rádio atual. São  projetos especiais integrados com outros grupos de comunicação, fazendo o rádio atuar com mídias diferentes como jornais impressos, TVs, etc., unindo veículos de empresas distintas. A ideia é colocar o meio nos vários pontos de contato com o ouvinte. As redes têm se consolidado como um dos formatos para se aprimorar as atividades desenvolvidas pelas rádios e têm sido viabilizadas por modelos diversificados. Mas existem ressalvas quanto às transmissões de rede.
A mobilidade urbana nas grandes cidades e o maior número de atividades cotidianas fazem o rádio investir bastante também na  prestação de serviços, na customização, criando emissoras especializadas, a fim de encontrar novos nichos.
E o rádio digital? Ele chegou com a intenção de melhorar o áudio das emissoras e oferecer uma multiprogramação:  uma programação principal e outras para acompanhar a principal ou fazer conteúdos diferenciados específicos, tendo também canal de dados, que pode mandar informações para públicos diferentes. Os testes com os modelos de rádio digital demonstraram que este formato diminui a cobertura das emissoras, ou seja, diminui a abrangência.Os experimentos continuam, então vamos aguardar. 
Os aplicativos de rádio têm sido outra sacada, talvez umas das mais interessantes para o setor. O número de pessoas que usam smartphones tem crescido cada vez mais e a tendência é aumentar. Em contrapartida, o número de casas que possuem aparelho de rádio diminuiu consideravelmente. Passou a era do radinho de pilha! Agora é a vez do celular. Investir em aplicativos para os principais sistemas operacionais de celular é buscar estar aonde as pessoas estão e o rádio não pode se privar disso. Quantos mais aparelhos novos forem surgindo, tanto mais o rádio precisa estar integrado neles.
Em 7 de novembro 2013, Dia do Radialista, a Presidenta Dilma Roussef assinou o decreto que aprova a migração das rádios AM para a faixa FM.  Isso trará mais mudanças porém existem várias questões a serem levadas em conta.  Não é obrigado migrar mas quem não fizer isso não vai se sustentar. Estar regularizada, ter viabilidade técnica são as principais condições. O valor a ser pago será o valor da rádio FM daquela cidade, menos o valor da sua emissora, fora os custos com equipamento.
Rádio no streaming, rádio digital, convergência de mídia,  migração de AM para FM, rádio no celular, aplicativos... São vários os desafios que se apresentam hoje para o rádio e não falta  quem fale sobre o assunto.  Aqui, queremos propor, além de algumas reflexões sobre as mudanças e trazer possibilidades que podem ser adotadas neste tempo em que o rádio busca se reinventar. Muita coisa ainda poderá surgir por aí!


Quais são as suas dúvidas a respeito do futuro do rádio no Brasil? 

Mande suas perguntas e contribua com as informações, deixando o seu comentário!  


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dia Mundial do Rádio: 13 de fevereiro

As origens: como o rádio começou e se propagou


Por Elane Gomes




O rádio surgiu no início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, época marcada por grandes avanços tecnológicos que favoreceram o seu desenvolvimento. A radiodifusão deu uma “arrancada” na era dos meios de comunicação de massa,  cujas origens se deram ao final do século XV, com a técnica de imprensa de Gutemberg. “De lá para cá, o rádio passou a contribuir com os ideais de universalização  e identidade de vários povos e nações”. (SERVIÇO À PASTORAL DA  COMUNICAÇÃO. Rádio: a arte de falar e ouvir, p.9)

A história do rádio começou como um resultado da união de um grande número de descobertas científicas que se davam de maneira muito rápida. Isso graças a alguns fatores como o grande interesse econômico pela comunicação, a concorrência entre os países e a Primeira Guerra Mundial, que impulsionava o trabalho de pesquisa científica. O rádio levou menos de 25 anos para se desenvolver.

Em 1864 o físico escocês James Clerk Maxwell teorizou que uma onda luminosa podia ser considerada como uma perturbação eletromagnética que se propagava no espaço vazio atraída pelo éter. Em 1887, o alemão Heinrich Rudolf Hertz, utilizou-se da teoria de Maxwell e construiu um aparelho que produzia correntes alternadas de períodos curtos, que variavam rapidamente. (TAVARES, 1999, p. 19) Estas ondas foram chamadas de hertzianas, em homenagem a seu descobridor. Hertz também descobriu que tais ondas tinham a mesma velocidade da luz.

Em 1895, Guglielmo Marconi  teve a idéia de transmitir sinais à distância, assistindo à repetição da experiência de Hertz em Bolonha, na Itália. Continuou estudando as ondas hertzianas e, em 1896, descobriu o princípio de funcionamento da antena. Isso o fez enviar sinais pelo espaço (mensagens de Dover, na Inglaterra, a Viemeux, na França) e construir um aparelho que pudesse controlar estes sinais. No mesmo ano, obteve em Londres, na Inglaterra a patente deste telégrafo. Embora haja controvérsias, por ter conseguido logo as patentes de suas experiências, Marconi foi considerado o inventor do rádio e teve fama a partir disso.

Ajudado pelo governo italiano, em 1899, Marconi enviou, através de uma antena especial, chamada Detetor, três sinais de telégrafo realizando assim a primeira transmissão sem fio. Uma outra grande experiência, que foi o marco dos seus estudos, foi a transmissão de uma regata realizada no Canal da Mancha. As notícias iam sendo redigidas, enviadas em Código Morse e captadas pela estação receptora instalada em Kingston. Segundo estudiosos, este fato foi um dos primeiros passos para a radiodifusão.  (TAVARES, 1999, p. 20-21)

Em 1906 foi feita a primeira transmissão de som por ondas de telégrafo pelo canadense Reginald Fessenden, admirador de Marconi. Dois anos depois, “os cientistas da  Bell Telephone System apresentaram com sucesso a primeira válvula amplificadora, transmitindo do alto da Torre Eiffel, em Paris uma programação sonora que foi ouvida na cidade de Marselha”. (TAVARES, 1999, p. 20-21) Era a primeira transmissão mundial de rádio.

 A  industrialização do meio se deu com a criação da primeira companhia  fundada por Marconi em Londres, na Inglaterra. Em 1916, David Daniel Sarnof, técnico desta Companhia  propôs a fabricação de aparelhos radiorreceptores, mas a ideia foi recusada.
        
 Os americanos, por sua vez, investiram em pesquisas a fim de concorrer com a Inglaterra que havia se destacado até então. Em Nova York, após várias tentativas Lee Forest instala a primeira "estação-estúdio" de radiodifusão, em 1916. “Em 1910, Forest transmitiu diretamente do Metropolitan House, de Nova York, um recital de Enrico Caruso. Já em 1916 colocou no ar o primeiro jornal falado norte-americano, por intermédio de uma estação experimental”. (SEGURADO, 1996, p. 13)

Três anos mais tarde o rádio começa a despontar como grande meio de comunicação de massa. Dá-se início à “era do rádio” no mundo.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, surgiu um grande número de aparelhos que a empresa americana Westinghouse havia fabricado. Como uma solução para evitar o prejuízo do estoque, no começo da década de 1920, "Frank Conrad, empregado da indústria americana Westinghouse, começou a transmitir como passatempo, notícias lidas nos jornais e a executar uma programação de discos, por meio de um transmissor que ele mesmo construíra nas horas de folga, numa garagem em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos". (TAVARES, 1999, p. 20-21)

Essas transmissões ganharam público e as lojas começaram a vender os aparelhos receptores da WestinghouseA empresa resolveu então investir no receptor e, em 2 de novembro de 1920, implantou a KDK-A, primeira difusora comercial do mundo, que realizou a primeira transmissão de eleições pelo rádio. As transmissões de eventos nesta emissora cresceram  e o rádio foi se consolidando  como um grande meio de comunicação.


"A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, celebra esta sexta-feira, 13 de fevereiro, o Dia Mundial do Rádio. A data foi escolhida por ser o mesmo do dia da criação da Rádio ONU, em 1946. O tema deste ano é "O Jovem e o Rádio" que tem como foco a inclusão, os desafios, as oportunidades e o futuro dos jovens." ( fonte: http://www.ebc.com.br/)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Glocalização: Exemplo de como fazer o local entrar no global

Implicações entre o local e o global para o rádio


Por Elane Gomes



O fenômeno da globalização traz para o rádio não só desafios quanto ao conteúdo e à programação, mas também uma verdadeira luta pela sobrevivência, que se dá principalmente porque alguns aspectos dos processos globais caminham, em parte, para direções diferentes das  do rádio. O primeiro tende a conceber a idéia de uma sociedade global, homogeneizada, o segundo, para sobreviver à hegemonia da TV, dos grandes conglomerados e às novas mídias, buscou encontrar saídas e um espaço neste novo cenário, explorando a segmentação e o local.

Segundo Joana Puntel, “a globalização pode ser definida como ‘intensificação das relações sociais em escala mundial, que interliga zonas distantes entre si de tal forma que os acontecimentos locais são modelados sobre fatos que chegam de longa distância e vice-versa’(...) constitui hoje uma das molas centrais da mudança a que assistimos e que se desenvolverá no século XXI”. (PUNTEL, 2008 p. 89).

Embora a globalização ostente um discurso de respeito pela autonomia de povos e nações, “o conceito Estado-Nação está em declínio, e a sociedade global em formação. Tudo o que é local, regional e continental é determinado pelos movimentos da sociedade global em plena expansão”. (PUNTEL, 2008 p. 90).

Essa tendência exige um novo critério e mais uma vez, uma nova estratégia para o rádio de modo que ele possa se enquadrar aos novos ambientes e à cultura que também vai se configurando com a globalização.

A sociedade atual tem um outro tipo de relação com os meios de comunicação. O rádio por sua vez, precisa se reestruturar e se readequar a este ambiente. A nova cultura criou nas pessoas a habilidade de estar em qualquer lugar, conectada em algum aparelho de mídia, que a leva também a outros espaços. Elas tiram fotos que imediatamente já estão nas redes sociais e podem ser vistas por pessoas de culturas, línguas e regiões geográficas diferentes. Quem escuta, quer também ver, quem assiste já quer comentar e compartilhar, quem lê num blog, pode imediatamente acrescentar algo ao texto. A sociedade não só recebe, mas gera conteúdo, critica e publica suas opiniões. A idéia de um receptor passa ser agora a de um “usuário”. Estes são apenas alguns exemplos que mostram que, na sociedade global, um mesmo indivíduo caminha pelas diversas plataformas midiáticas, interage, consome e produz.

Essa sociedade traz encarnada o imaginário simbólico, gerado por este tipo de comunicação midiática que favorece a globalização. Os meios de comunicação tradicionais estão buscando se enquadrar a estas novas estruturas.

Redes Via Satélite

Para o rádio, uma das grandes influências da era global foi a criação e  o lançamento do primeiro satélite para a comunicação, em 1964, o Intelsat, para gerenciar vários satélites de comunicação e prover a teledifusão de imagens  e telefonia. Tal serviço ajudou a ampliar os mercados neste setor. A partir daí dão-se início às operações em rede via satélite que também globaliza a transmissão radiofônica.

Muitas  emissoras cruzam as fronteiras regionais e locais, surgem as parcerias  e abre-se um mercado amplo de ouvintes e anunciantes. Criam-se as redes de rádio e grandes empresas alcançam hegemonia. As emissoras operam numa política de interdependência visando um menor custo e maior lucro. Não se pode deixar de conceber este tipo de transmissão via satélite como um fenômeno global.

Algumas emissoras, que não fazem parte de um grande grupo de comunicação, podem decidir entrar em rede com ele, comprando apenas alguns programas. Dentre elas, algumas optam por comprar alguns poucos pacotes e manter uma programação regional. Para não se afastar dos assuntos locais e continuar  prestando serviços.

É possível ver neste caso uma saída para o rádio. O mundo global amplia a prática de parcerias como forma de agir e é esta a idéia implícita no formato de operação em rede.

Rádio na internet

O estar no espaço da internet é uma das mudanças que gera uma reestruturação também na forma de interatividade usada pelo meio. Um exemplo dessa mudança seria o fato de hoje as pessoas “assistirem” a um programa de uma rádio convencional pela internet. Muitas emissoras, até mesmo locais, têm usado do recurso da imagem, através da webcam no estúdio para conquistar uma nova audiência neste espaço. Aqui, os programas podem ser ouvidos e “assistidos”. Muda-se o conceito de rádio.

Mas tanto na operação em rede via satélite quanto na internet  as preocupações com a identidade local continuam e em ambos os casos algumas saídas são interessantes: uma rádio  de uma determinada  cidade, que decide transmitir um programa sobre este lugar para a cultura de outros países, onde lá haverá pessoas desta tal cidade, conseguirá criar no imaginário deste grupo a ideia  de estar de volta à sua pátria. É a forma de trazer o local para o global. A este processo dá-se o nome de glocalização. Na internet as rádios locais têm esta mesma possibilidade. Uma rádio que adota uma programação local, na web, vai atingir um público que nunca antes alcançaria no tipo de transmissão convencional.

Exemplos de local articulado no global


Debruçando-se sobre este aspecto, pesquisadores revelam que as emissoras pela internet passam “a ter a possibilidade de serem ouvidas por outros pequenos grupos espalhados geograficamente em uma comunidade virtual.” (TRIGO-DE-SOUZA, Rádio & Internet: O porquê do sucesso desse casamento. In: BARBOSA FILHO, André (ogs.).Rádio: sintonia do futuro, p. 296, 2004).  De acordo com esta afirmação de Lygia Maria Trigo-de-Souza, conclui-se que o local, lançado na rede global, pode formar uma ampla audiência daquele segmento. Por exemplo, uma rádio do Nordeste, que tenha adotado uma programação de músicas da cultura desta região, pode conquistar a audiência de nordestinos espalhados no Brasil e em diversos países, criando assim  um público mundial  formado por pessoas que curtem aquele estilo musical e que são naturais deste lugar do mundo. A emissora continuará sendo segmentada, mas agora terá um público ampliado e, por outro lado, os anunciantes também terão uma clientela expandida. Este fenômeno vem sendo chamado de hipersegmentação ou também glocalização. 

Assim como vem sobrevivendo trabalhando o local/regional. É possível que, na internet, o rádio também se desenvolva assim, - embora ela seja uma rede mundial - pelo fato de despertarem o interesse de pessoas em diversas partes do mundo por aquele local que a rádio comunica. As emissoras locais na internet servirão como um meio de recrutamento. Por isso é que, para os mais otimistas, o rádio não precisa perder o regionalismo mesmo estando nesta mídia de alcance mundial.

Elane Gomes
Fb/ reinventandooradio